Monday, April 23, 2007

Desafinei

Hoje foi o aniversário do Euclydes, um violonista brasileiro que há mais de 10 anos que eu adoro escutar e que tive a chance de conhecer depois de um concerto dele.

Commemoramos con vinho, bolo, e no final da tarde música... ao vivo, naturalmente. Numa hora ele pediu para mim "canta conmigo", um sonho feito realidade, estar com músicos de verdade e participar. Só que aí você se dá conta de como é difícil fazer boa música: eu não achava a voz, depois não tinha certeza do tom... ainda bom que eles são profissionais. Conseguí acabar o "Desafinado" e só desafinei uma vez... que eu tinha percibido, cuanto menos.

Também foi legal comprovar como este tempo tudo ouvindo jazz deixou uma marca na forma de cantar. Eu não me limito mais a seguir as notas, mas coloco síncopas, variações da melodia...

Saí da casa dele com dois livros emprestados: uma antologia do Mário Quintana e a biografia do Tom Jobim. As vezes gostaria de ser religiosa para poder agradecer a alguém pelas tardes como esta. No metrô, um poema do Quintana me reconciliou de volta com meu agnosticismo:

"O milagre não é dar vida ao corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloqüência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo!"





1 comment:

Anonymous said...

Essa é muito boa!
Além de agnóstica, ainda é convencida de que já é cantora!
E começou pretenciosa, hem... foi logo cantar o Desafinado!
Espero que o público tenha gostado tanto quanto você! hehehe
Beijos,
seu amigo brasileiro, Bill